A falta de competência cultural pode levar a falhas de comunicação que afetam negativamente os pacientes. Às vezes, as diferenças culturais podem causar dificuldades nas interações entre provedor e paciente, como barreiras de idioma, entendimentos contrastantes ou hierarquias posicionais. Vamos supor que você esteja trabalhando com uma paciente imigrante venezuelana que não fala muito bem o português. Você descobre que ela tem um nódulo que pode ser cancerígeno. Como qualquer outro paciente, você deseja fornecer a ela o máximo de informações possível para que ela possa tomar uma decisão instruída sobre o que fazer. Você decide dizer a ela que há uma pequena chance de que ela tenha câncer e que gostaria de fazer uma biópsia para ter certeza. Que tradições culturais são importantes para esse paciente? De um modo geral, os venezuelanos mais velhos têm uma visão fatalista da doença. Mesmo mencionar a pequena possibilidade de câncer – uma palavra carregada de estigma – seria tremendamente perturbador para o paciente ouvir. Considere destacar o melhor resultado possível nesse cenário, evitando a palavra “câncer”. Pode parecer desconfortável, mas na verdade é uma demonstração de impressionante competência e compaixão cultural.

Valores e atitudes que dão suporte a competência cultural

  • Reconhecer que o politicamente correto decorre de empatia e compaixão.
  • Respeitar a validade das identidades declaradas das pessoas, como a identidade de gênero por exemplo.
  • Desenvolver uma consciência dos fatores de risco ambientais ou socioeconômicos que contribuem para os problemas de saúde.
  • Obter informações sobre comportamentos, formas de cortesias e costumes aceitáveis naquela cultura em particular
  • Manter-se a par das principais preocupações de saúde para uma população culturalmente diversificada de pacientes.
  • Compreender que saúde, bem-estar e os serviços preventivos podem ter significados diferentes.
  • Crenças realizadoras influenciam reações e abordagens de crianças nascidas com transtornos ou deficiências.
  • Entender que o sofrimento e o luto são influenciados pela cultura de diversas maneiras.
  • Reconhecer que as crenças religiosas e outras influenciam as respostas a doença e a morte.
  • Entender que a família é definida de maneira diferente por diferentes culturas.
  • Respeitar o paciente/família como tomadores de decisão, mesmo quando suas opiniões profissionais e morais venham a diferir.
  • Reconhecer que o significado ou o valor do tratamento médico e da educação em saúde podem variar.
  • Intervir com tato, com diplomacia, quando as pessoas se envolverem em comportamentos que demonstrem sensibilidade cultural ou viés racial.
  • Fazer um esforço consciente para evitar a imposição de seus valores sobre os outros.

 

DIVERSIDADE – CONJUNTO DE FERRAMENTAS